A utilização de uma arma química visa vantagens táticas imediatas aliadas a uma estratégia a longo prazo. É usada basicamente com os intuitos de:
* Interditar o terreno.
* Impedir o reagrupamento das forças inimigas.
* Permitir o ataque a uma posição fechada.
* Estender o alcance a grandes áreas, uma vez que devido à sua mobilidade, o gás toxico pode formar núvens 5 a 25 vezes mais ampla do que a área de aplicação.
Em todas estas circunstâncias, o elemento surpresa é fundamental para o sucesso da ofensiva.
As condições meteorológicas do local de alvo são muito importantes neste tipo de ataque. É necessário que as correntes de ar estejam voltadas na direção adequada. Ainda assim, a ocorrência de ventos fortes (velocidades superiores a 10 km/h), ao mesmo tempo que espalha o produto por uma área maior, também o dilui em concentração, sendo portanto necessário a utilização de quantidades maiores. Outros fatores adversos podem ser adicionalmente mencionados. Uma forte turbulência auxiliará na dispersão dos gases, a existência de chuvas fortes lavará as substâncias tóxicas do ar, e um solo numa temperatura mais quente do que o ar sobre ele fará com que as concentrações necessárias sejam maiores do que as previstas.
A persistência do agente será afetada pela textura e porosidade do solo ou pela presença ou ausência de vegetação. Contaminantes químicos que tiverem penetração lenta na cobertura das árvores ou na madeira, persistirão mais tempo nas florestas do que em terreno aberto. O clima e o terreno são tão importantes em determinar a persistência da contaminação que o mesmo agente pode permanecer ativo por períodos com diferenças que vão de vários dias até semanas ou meses, dependendo das circunstâncias locais. Consequentemente, uma classificação dos agentes químicos como persistentes ou não persistentes, somente com base nos diferentes graus de volatilidade é um tanto quanto arbitrária.
Os gases podem ser espalhados por obuses (de 155 e 203 mm) de artilharia, ogivas de mísseis, ou bombas de aviação (13).
Uma forma moderna de aplicação foi desenvolvida durante a década de 1980, e é constituida pelas chamadas ármas binárias. As duas substâncias, não tóxicas, precursoras do produto final são colocadas em um obus, separadas por um disco de ruptura. Quando acontece o impacto com o solo, o disco se rompe, as duas substâncias entram em contato e reagem formando o composto tóxico. Uma das espécies pode já estar carregada no obus, enquanto a outra é adicionada na hora do lançamento. Este procedimento facilita grandemente o transporte e a segurança do manuseio e armazenamento. Em adição à redução destes perigos, os sistemas binàrios permitem a manufatura de componentes não letais em plantas químicas civís, as quais não são necessariamente equipadas com as medidas de segurança exigidas para a produção de munições com agentes neurotóxicos.
O sarin e o soman se prestam para a utilização em armas binárias porque sua formação é imediata, a partir da mistura de dois precursores. No primeiro caso, são utilizados álcool isopropílico de um lado, e dimetilfosfonil-difluoreto (H3C-PF2=O) com catalisadores do outro. No segundo os precursores são etil-2-isopropilaminoetil metil fosfonio e dimetilpolissulfeto.
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